Revista Morel #4

R$ 80,00

Fora de estoque

Morel é uma revista focada em literatura, fotografia, artes visuais e jornalismo.

Inspirada no viajante Tom Zé, esta edição transita entre tempos, espaços e gêneros. Somos levados por Décio Galina e Luiz Maximiano a desbravar a Transiberiana, mais longa ferrovia do planeta. Nosso colunista J.R. Duran espia pelo buraco da fechadura os aposentos de Montaigne, que há 500 anos criava o gênero ensaio. Aliás, é escrevendo no gênero mais transgênero que Valéria Barcellos nos revela como é colocar seios aos 40 anos. E, enquanto Noemi Jaffe faz com que o escritor Bruno Shulz, fugindo de nazistas, navegue pelos mares ao lado de uma longeva baleia azul, Samir Machado de Machado junta dinossauros e cientistas nazis na mesma turnê quântica, Leandro Rafael Perez imagina Gusttavo Lima em crise existencial e Ricardo Terto investiga a vida após a morte em uma ficção afrofuturista. Pulando para outro gênero, a linguagem dos quadrinhos comparece no dream team gráfico formado por Paula Villar, Mariana Waechter, Oga Mendonça, Wagner Willian, Rafael Campos Rocha, Eduardo Kerges e Bruno Maron. Você vai sentir o tempo voar com esta Morel.

  • Morel. #4 Capa Tom Zé
  • Morel. #4 Capa Nair Benedicto
Clear
SKU: PUB_00042-1-3 Categories: , , , , Tags: , ,

“Cansei-me de leituras, conceitos e dados. De ser austera e triste como consequência. Cansei-me de frivolidades levadas a sério, e crueldades inimagináveis tratadas com irrelevância, admiração ou absoluto desprezo. Sou velha e rica. Chamo-me Leocádia. Resolvi beber e berimbar antes de desaparecer na terra, ou no fogo ou na imundície ou no nada. Contratei uma secretária-acompanhante e disse-lhe o seguinte: és jovem e apetitosa. Quando os homens quiserem ter relações contigo, diga-lhes que façam um esforço e deitem-se comigo. Pagarei muitíssimo bem a cada um deles e terás régias comissões a cada êxito. Ficou perplexa.”

Assim começa “Bestera”, conto de Cartas de Um Sedutor, de Hilda Hilst, a Morel desta edição. Na fotocrônica de Eder Chiodetto, a genial escritora recusa a aposentadoria e mostra-se em luta furiosa contra o tempo. Aos 67 anos (escreveu “Bestera” aos 60), vivia intensamente entre as crônicas semanais, a poesia, os cães, o uisquinho rebatido com cigarros – e os bate-papos com o além. A proximidade com a morte (aos 74) acelerou sua produção, e seu lema advinha da inscrição em um relógio quebrado: “É mais tarde do que supões”. Como se visse em tudo a passagem do tempo, matava-o escrevendo.

“A graça e o horror do relógio (…) é que o relógio (…) diz (…) que tudo (…) é um relógio também,/ só que cego”, ecoaria o poema “O relógio”, do jovem João Mostazo, que aqui comparece em seleta inédita. O tique-taque não aflige a highlander Nair Benedicto: outro dia mesmo estava clicando a Marcha da Maconha em São Paulo – aos 83 anos. “Sempre em marcha, lá está ela em passeatas, manifestações e reuniões de pessoas e ideias, o corpo inscrito no espaço público, física e simbolicamente”, assim a curadora Daniele Queiroz descreve uma das maiores fotógrafas brasileiras, que nesta Morel ganha um portifólio de décadas focadas em mulheres em ação. O tiquetaque é só mais um brinquedo no inventivo estúdio de Tom Zé, outro supervelho deste número, clicado por Renato Parada. O mais paulista dos baianos acaba de lançar, aos 85, o álbum Língua Brasileira, em que invoca o mito da “terra sem mal”, paraíso tupi-guarani, “ilha sem fuzil/ sem ba-ba-ba-ba-ba-bala civil”, para se opor ao beligerante Planalto. Ou seja, os energéticos do tropicalista não são somente os conselhos da Seicho-no-Ie, a macrobiótica e o treino de tai-chi-chuan: é o inconformismo incessante que o vitamina. Por falar em tropicália, Morel também lembra a chegada aos 80 da figura central de nossa cultura. Em homenagem a Caetano Veloso, flagramos suas polêmicas do começo de carreira, no texto sagaz de Tom Cardoso e imagens antológicas de Bob Wolfenson.

Inspirada no viajante Tom Zé, esta edição transita entre tempos, espaços e gêneros. Somos levados por Décio Galina e Luiz Maximiano a desbravar a Transiberiana, mais longa ferrovia do planeta. Nosso colunista J.R. Duran espia pelo buraco da fechadura os aposentos de Montaigne, que há 500 anos criava o gênero ensaio. Aliás, é escrevendo no gênero mais transgênero que Valéria Barcellos nos revela como é colocar seios aos 40 anos. E, enquanto Noemi Jaffe faz com que o escritor Bruno Shulz, fugindo de nazistas, navegue pelos mares ao lado de uma longeva baleia azul, Samir Machado de Machado junta dinossauros e cientistas nazis na mesma turnê quântica, Leandro Rafael Perez imagina Gusttavo Lima em crise existencial e Ricardo Terto investiga a vida após a morte em uma ficção afrofuturista. Pulando para outro gênero, a linguagem dos quadrinhos comparece no dream team gráfico formado por Paula Villar, Mariana Waechter, Oga Mendonça, Wagner Willian, Rafael Campos Rocha, Eduardo Kerges e Bruno Maron. Você vai sentir o tempo voar com esta Morel. (Ronaldo Bressane)

Informação adicional

Peso 0,300 kg
Dimensões 21 × 28 × 7 cm
Escolha a edição

Morel. #4 Capa Tom Zé, Morel. #4 Capa Nair Benedicto

Editora

IpsisPUB

Idioma

Português

Tipo Capa

Brochura

Páginas

80

ISSN

.

Dimensões

21 X 28 cm

Papel Capa

MasterBlank 270g

Papel Miolo

Munken 120g

Impressão

Processo digital – INDIGO 10.000

Menu