Revista Morel #8

Fora de estoque

Capa 1

A cantora, compositora e modelo Xênia França, em ensaio fotográfico de Lorena Dini e em entrevista para Ronaldo Bressane, fala livremente sobre o novo álbum, a carreira cheia de imprevistos, projetos, sonhos e sua densa cosmovisão espiritual.

Capa 2

J.R.Duran ganhou acesso total ao ateliê de Anselm Kiefer na França e retrata em longa reportagem – e em seu implacável preto-e-branco – a obra apocalíptica de um dos maiores artistas contemporâneos.

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MOREL #8

“Exu“
matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”, conta o ditado iorubá. Como uma cápsula de tempos, esta revista embaralha cronologias, já que o tempo humano nem sempre é o tempo do cosmo, o passado pode ser reinventado e as coisas podem ser reinauguradas a qualquer momento. Buscamos ideias para adiar o fim do mundo, diria Ailton Krenak. Suspender o tempo sequencial, da cronologia artificial, para que Exu, pássaro e pedra coexistam no presente – o tempo kairós, no grego antigo: a experiência do momento oportuno.
Para atrair esse tempo, convocamos Denilson Baniwa a uma conversa com o jaguar, ser que funda a mitologia brasileira de um jeito meio torto. No clássico do século 16, o europeu Hans Staden se assusta com a esperteza antropofágica dos tamoios e toma uma invertida felina. “Cunhambebe tinha à frente um grande cesto cheio de carne humana. Comia uma perna, me ofereceu e perguntou se também queria. Respondi: ‘Um animal irracional não come o parceiro, um homem pode devorar outro homem?’ Mordeu-a então, e disse: ‘Jauára ichê. Sou um jaguar. Come. Está gostoso.’” Krenak e Baniwa buscam o tempo de Cunhambebe, em que não se separa onça de humano, humano da terra, natureza de cultura. O tempo da beleza, como na ficção de Micheliny Verunschk e Yacunã Tuxá: “A onça era bonita. Uma beleza absoluta. E, como dizem ser os anjos, terrível, tremenda”. Neste terrível tempo dos homens, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 490, que não se resume ao bizarro marco temporal para a demarcação de terras indígenas: permite que povos isolados sejam contatados por missões cristãs e que hidrelétricas e rodovias atravessem suas terras sem consulta. Quem votou nisso tem uma ideia de futuro muito atrasada. Como os personagens de Joca Reiners Terron e Thany Sanches, serviçais do agro e do minotauro-dinheiro. Ou como aquele biliardário pobre de espírito, na ficção de Ana Rüsche e Marília Marz. Ou o futuro tosco das charges de Paulo Ciência. Contudo, há futuros interessantes. Por exemplo, o Oráculo Quântico, inteligência artificial que se comunica com os mortos, “linha direta entre vivos e mensagens do além”, na ficção de Aline Valek escrita sobre as pinturas de Wagner Willian – aliás, imagens concebidas por IAs a partir dos prompts que o artista criou.
O tempo da viagem, tempo fora do tempo afim do kairós, está na aventura em quadrinhos de Gaía Passarelli e Tiago Lacerda, e também no lirismo gentil de Lucas Litrento e Francisco Mallmann. Toda utopia é possível se há beleza, sussurra a musa-música Xênia França no ensaio de Lorena Dini. Buscamos ideias para adiar o fim do mundo – que pode ser apreciado como arte, segundo Anselm Kiefer propõe, pelos olhos de J.R. Duran. Por isso a Morel desta edição é nossa primeira band leader, imortal nos cliques de Bob Wolfenson. Brincando com uma jaguatirica, Rita Lee fundou sua utopia: “Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer”. Fica a dica pra você transgredir a previsão do tempo e aquecer seu inverno.

Informação adicional

Peso 0,300 kg
Dimensões 21 × 28 × 7 cm
Escolha a edição

Morel. #8 Capa Xênia França, Morel. #8 Capa Anselm Kiefer

Editora

IpsisPUB

Idioma

Português

Tipo Capa

Brochura

Páginas

104

ISSN

.

Dimensões

21 X 28 cm

Papel Capa

MasterBlank 270g

Papel Miolo

Munken 120g, Polen Bold 90gr

Impressão

Processo digital – INDIGO 10.000

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